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Lontra
A lontra tem um pescoço reduzido, embora largo, e uns olhos pequenos e vivos ladeados por duas pequenas orelhas. O focinho apresenta longos pêlos sensoriais - as vibrissas. A cauda é longa, espessa sendo achatada na base e a afunilar suavemente até à ponta, constitui o principal órgão propulsor quando se movimenta dentro de água, servindo simultaneamente de leme. As patas são curtas e vigorosas, com cinco dedos unidos por uma membrana interdigital, o que propicia uma natação rápida e vigorosa. O pêlo é de cor castanha escura em quase todo o corpo, à exceção da região do ventre, que é mais clara. Possui por vezes uma mancha clara (creme ou mesmo branca), por debaixo do queixo e que se pode estender até à garganta. Esta pelagem, espessa e sedosa, é constituída por duas camadas de pêlos, a mais externa responsável pela impermeabilização e a mais interna pelo isolamento térmico. Quando nada, a posição elevada das narinas e dos olhos permite-lhe manter-se à superfície sem ser notada. Quando mergulha, os ouvidos e as fossas nasais são fechados hermeticamente, e ajusta a curvatura do cristalino, o que lhe permite a visualização de imagens focadas dentro e fora de água. Vive na margem dos rios, onde a existência de vegetação lhe permita construir abrigos. Muitas vezes aproveita tocas abandonadas por outros animais, ou refugia-se em troncos velhos ou nas raízes das grandes árvores. Cria um sistema de galerias com várias entradas, umas subaquáticas e outras ao nível do solo. O macho mede em média 120 cm e pesa entre nove e 14 kg, sendo a fêmea ligeiramente menor e mais leve.
A lontra é uns animais essencialmente noturnos ou crepusculares, silenciosos e de difícil observação. Alimenta-se, sobretudo de peixe, embora também possa consumir anfíbios, répteis, aves aquáticas, mamíferos, insetos e crustáceos. Pode reproduzir-se durante todo o ano, mas acasala, sobretudo na Primavera e no final do Inverno. A gestação dura nove semanas e nascem duas a três crias que permanecem com a mãe até à idade de um ano.
Vive entre seis a oito anos, não se lhe conhecendo predadores. A redução da sua população deve-se sobretudo à poluição das águas e à destruição dos seus habitates naturais.
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